Amor, amizade

Com ele consigo ser eu mesma. Ele me aceita e me admira exatamente da forma como sou, assim, essa pessoa tão estranha. 

Com ele não sinto vergonha, não tem essas coisas que nos deixam sem graça em início de namoro. Deve ser por que nosso amor nasceu da amizade. 

Nos víamos todos os dias e ele insistia em viver meus dias. Aquela vontade de participar da vida do outro, de conhecer mais do mundo desencantado da nossa vítima, nosso príncipe, nosso destruidor,  quem sabe o que o destino nos reserva? ...

♠ Renata F. Pinheiro

Descaso

‘‘ Estou aguentando tudo, calada, as vezes reclamo de algo, e sempre perdoo. Mas o caso é que seu descaso está me matando aos poucos, e como sabe, reflito muito antes de tomar uma decisão, mas quando a tomo, tenho o péssimo hábito de não voltar atrás, e só quando isso acontecer, perceberás. É sempre assim com a gente, só te preocupas quando vê que não me tens. Mas não irei importar-me, já me importei demais...

♠ Renata F. Pinheiro.

Praticidade

‘‘ Não me afeta em nada se sua avó morreu ou seu cachorro, desculpa. A verdade é que ao chegar em casa, vou me esticar no sofá, saborear um delicioso vinho, assistir um filme de comédia e dar altas gargalhadas. Isso não significa que eu não vá te consolar quando precisares, que eu não irei te apoiar, enxugar suas lágrimas ou te falar palavras de ânimo. Sou prática, não insensível.

♠ Renata F. Pinheiro.

Julgar

‘‘ Não há nada que me irrite mais e me tire do sério, quando me deparo com pessoas querendo dar lição de moral, julgar os outros e esquecer-se de si mesma. Cá entre nós, todos erramos em algum momento da vida e não estamos aqui pra julgar ninguém, não somos tão perfeitos assim e nem estamos livre de nada que possa nos acontecer no mundo, absolutamente nada. Não suporto esse tipo de gente, pessoas assim merecem nada menos que meu desprezo eterno.

♠ Renata F. Pinheiro.

Amnésia

‘‘ Tem gente por aí achando que eu tenho amnésia, só pode. Coisas acontecem, mágoas se acumulam e então passa-se algum tempo e elas se dirigem a mim como se nada tivesse acontecido, como se o tempo curasse tudo sozinho, sorrateiramente. Ah, faça-me o favor.

♠ Renata F. Pinheiro.

Regressão

‘‘ Dia desses, vi um artigo por aí que me instigou, falava sobre homens, mas não um homem qualquer, esse era o homem capacho. O que me surpreendeu, no entanto, foi como as mulheres de hoje são machistas e defendem coisas tão idiotas. Tudo bem que hoje trabalhamos, estudamos, votamos e outros muitos amos, mas calma aí! toda mulher merece um home que a trate bem, que pague a conta de vez em quando, que abra a porta do carro algumas vezes e que seja, por favor, gentil. Um homem que largue o machismo de lado para nos fazer feliz. Ser feliz é relativo, não há regras para isso. Homens que tratam sua companheira como escrava e não como mulher está sendo exaltado, e o pior, quem dita isso somos nós mesmas. Diz-se que mulher tem que limpar, lavar cozinhar, e ainda é obrigação, e o parceiro ajudar é fazê-lo de capacho, faça-me o favor! estamos regredindo então? Se uma mulher gosta que o homem lhe seja cavalheiro e os dois se sentem felizes assim, que seja! Se há mulheres que gostam de tapa na cara e ogros, que seja então. Mas sinceramente, eu, aqui boba, pensei que tivéssemos, em grande maioria, amor próprio.

♠ Renata F. Pinheiro

Tentação

Sabe a tentação? pois é, com ela funciona da seguinte forma; ela vem, se não tiver espaço, ela passa, mas se dermos espaço pra danada, ela fica, cria raízes, e aí já era, danou-se!
Então vale a teoria de que quem não trata bem fica sem, realmente. Não que eu defenda traição, muito pelo contrário, pois aprendi que não vale a pena, nunca. Mas que é fato, não posso negar. E esclareço que esse 'dar espaço', não é individual, é preciso dos dois para que haja ou não a traição. E o que isso quer dizer? quer dizer que, se o casal se respeita, se ama, estão felizes, e ambos possuem caráter (diga-se de passagem), não há razão para que se estrague uma coisa tão bonita, tão doce e tão bela. E é bem assim que me sinto com você, exatamente dessa maneira.


- Renata F. Pinheiro